A boate móvel conta com DJs, ar-condicionado, petiscos, bebida
O trânsito caótico de São Paulo nunca foi sinônimo de alegria para o paulistano, ainda mais se for para ficar horas dentro de um ônibus lotado. Porém, uma novidade dos Estados Unidos está mudando este pensamento. O coletivo pode se transformar em uma boate ambulante cheio de luzes de neon e ser uma opção para festas diferentes, a “party bus”.
Depois das baladas em limusines,
São Paulo agora adere à nova moda de eventos em ônibus. O “Ônibus Balada”
inclui passeios por avenidas e pontos turísticos da capital enquanto a diversão
acontece dentro dele. Samantha Testoni, 25, contadora, diz que participar da
bus Party foi uma ótima experiência. Desde que surgiu esse conceito de festa em
ônibus ela achou interessante, pois oferece a oportunidade de passar por vários
lugares interagindo com o pessoal dentro e fora do ônibus, curtindo e se
divertindo. “A ideia é basicamente poder beber e curtir tranquilo, sem ter que
depender de muitos transportes ou de deixar alguém sem beber para ser o piloto
da vez”.

O ônibus circula pelas principais
vias e ruas da cidade e as paradas são feitas em locais pré-determinados. Luana
Palhares, 31, designer de eventos, conta que achou bem legal, e já tinha feito
algo parecido na Bahia, “Acho que é um jeito de valorizar nossa cidade e sair
do lugar comum. Eu acrescentaria mais uma parada, ter duas paradas e dois
momentos de festa no ônibus”, completa. Claro que tudo depende do nível de animação da
galera.
Com uma média de 15 festas por ônibus, Mauricio conta que, por conta da Lei seca, a demanda de clientes para locação de ônibus para levar para a balada ou fazer o leva-e-traz aumentou. “Isso quando a festa inteira não é realizada dentro do próprio ônibus”.
Com uma média de 15 festas por ônibus, Mauricio conta que, por conta da Lei seca, a demanda de clientes para locação de ônibus para levar para a balada ou fazer o leva-e-traz aumentou. “Isso quando a festa inteira não é realizada dentro do próprio ônibus”.
Empresas de “Party Bus” no Brasil
A Bus Party, empresa pioneira do
ramo no Brasil, surgiu em 2010 após o proprietário da empresa, Mauricio Somlo,
fazer uma viagem em 2009 para Las Vegas, nos Estados Unidos, e conhecer essa
modalidade de festas e eventos. No Brasil, onde não existia este ramo de
mercado, o empresário resolveu investir no negócio. Nos dias de hoje a empresa
conta com quatro unidades (um ônibus no Rio de Janeiro para 40 pessoas, dois
ônibus em São Paulo, sendo um para 40 pessoas e o outro para 20 pessoas) e um
ônibus para 70 pessoas na cidade de Campinas. Segundo Mauricio Somlo, as
pessoas não enjoam por causa do balanço do ônibus, pois o ônibus circula em
baixa velocidade, média de 10 a 20 km/hora, mas Luana diz que colocaria mais
alguns lugares para as pessoas segurarem. “Mesmo com velocidade baixa, os
buracos quase me fizeram cair”. Patty Kirsche, pesquisadora, diz que também
teve alguns problemas, “acho que a ‘party bus’ ficaria melhor com menos
pessoas”.
Há outras empresas no ramo, como
a Walking Party e a Balada Móvel. Rodrigo Silva, 24, produtor de eventos,
comenta: “É uma coisa diferente, melhor que o buffet”. Em média são 20 festas
em cada carro. “Tem em Fortaleza (CE), Osasco, ABC, Campinas e Salvador (BH)”.
Recentemente, a Walking Party realizou uma festa que teve a presença de
diversos artistas da novela Carrossel e Chiquititas. Marcos Rocha, 23 anos,
representante da Balada móvel, comenta que o ônibus chama a atenção por onde
passa, “é sua própria balada, você tem essa exclusividade”.
Vantagens e desvantagens
Segundo a Polícia Rodoviária
Federal (PRF), por ano, pelo menos 35 mil pessoas morrem em decorrência de
acidentes. Não se pode negar que motoristas alcoolizados potencializam a
gravidade dos acidentes. Samantha Testoni conta que a ideia é que o ônibus
deixe as pessoas em suas casas na volta ou perto de algum metrô, ou na porta de
uma balada, “que foi o caso dessa que participei, e isso é bem bacana. Pois dá
para beber, já fazer um esquenta para balada sem ter que pegar carro ou gastar
com taxi ou transporte público”.
Há pessoas que não veem muita
diferença em optar por realizar festas em ônibus por conta da rota que o ônibus
segue. Luana Palhares comenta “A maioria das pessoas mora longe dos pontos de
embarque e desembarque”. Mas se você mora perto dos pontos de encontro é
válido, “mas para o restante da população dá no mesmo”, acrescenta. Segundo
ela, esses pontos deveriam ser próximos a estações do metrô que tenham
estacionamento. “Eu me ‘lasquei’ para ir embora, visto que meu carro ficou na
Vila Olímpia e a festa encerrou na Paulista”. Patty Kirsche também teve esse
problema, na volta para casa precisou dirigir, pois não mora na região em que o
ônibus fez ponto final.
A infraestrutura de boate em
pleno asfalto tem o preço em média R$ 750 por hora de festa.
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